domingo, 23 de junho de 2013

Medalhas de beterraba e de pepino ao recheio cremoso - receita crudívora

  
A influência da lua sobre a natureza e a relação entre os ciclos da vida e as fases da lua são inquestionáveis. Por isso mesmo, hoje é um dia especial porque a lua atinge o seu ponto mais próximo da Terra e podemos observá-la maior e mais brilhante. A sua proximidade exerce um campo magnético envolvido por uma energia especial, cuja força podemos assimilar com maior vigor.
  Inspirada neste momento e na forma da lua, decidi preparar um prato baseado no círculo e preparei umas medalhinhas de beterraba e de pepino.
  A beterraba é uma raíz com um sabor doce pela sua riqueza em açúcares. Para preservar todas as suas propriedades, o ideal é consumi-la crua, mantendo assim a sua riqueza em ferro, proteínas, vitamina A, B1, B2, B5, C, potássio, sódio, fósforo, cálcio, zinco, ferro.     Trata-se de uma raiz saborosa, com uma cor linda e que é eficaz no combate à anemia e purificadora do fígado e do sangue.
  Quando compramos beterraba devemos verificar se a casca está lisa, a cor uniforme e as folhas brilhantes.
  Utilizei também pepino para equilibrar o doce da beterraba. O pepino é um diurético natural devido ao seu elevado teor em água. É pobre em calorias, rico em fibras, caroteno, magnésio e potássio. Contribui para a saúde óssea e para a flexibilidade muscular.
  Quando compramos pepino devemos verificar se a casca está firme, brilhante e luminosa.
Para rechear as medalhas preparei um creme à base de abacate, pasta de sésamo, limão e coentros - um preparado bastante rico e muito saboroso.
  Adoro abacate. Acho que foi o fruto que mais comi quando era criança pois na zona onde cresci havia abacates deliciosos!
  Embora o abacate seja um fruto bastante gorduroso, as suas gorduras são saudáveis e podem inclusivamente ajudar a perder peso por equilibrarem o organismo. É um fruto completo, rico em proteínas, vitaminas e calorias. Salientam-se os omega 6, 7 e 9, a vitamina E, o betacaroteno, potássio, magnésio e ácido fólico.
  Complementando as propriedades e o sabor do abacate, adicionei pasta de sésamo (tahin).
  A pasta de sésamo é bastante conhecida pela sua utilização em receitas Mediterrâneas e do Médio Oriente, como o tradicional “hummus”. Trata-se de uma manteiga obtida de forma natural através das sementes de sésamo que são tostadas e depois moídas até formarem uma pasta rica em cálcio, proteínas, vitaminas e gorduras de boa qualidade.     Humm, já estou com água na boca...
  Para neutralizar a acidez interna do nosso organismo e obter um efeito alcalino adicionei sumo de limão. O limão é um fruto curativo que actua como antibiótico e tem propriedades bactericidas e é em vitamina C.

Ingredientes:
(serve 2)






































2 beterrabas
½ pepino
1 abacate
1 colher de sopa de tahin
1 + ½ colher de sopa de sumo de limão
1 mão cheia de coentros frescos
sal q.b.
1 colher de sopa de azeite
rebentos de alfafa
sementes de sésamo
2 morangos

Lave e retire a casca das beterrabas.
Corte em rodelas muito finas (cortei no robot de cozinha)
Salpique com sal e com o azeite. Deixe repousar durante 15 minutos para que fiquem maleáveis e activem as suas propriedades. 

Corte o abacate ao meio e retire a polpa. Coloque no liquidificador e acrescente a pasta de sésamo, os coentros, o sumo de limão e o sal. Triture até obter uma pasta cremosa e rectifique o tempero.

Corte o pepino em rodelas muito finas.

Lave os morangos e corte em fatias.

Comece a preparar o prato:

Disponha rodelas de beterraba e de pimento. Coloque o recheio por cima e cubra com nova rodela. Por cima coloque alfafa e morangos. Salpique com sementes de sésamo.



Nota: as medalhas de pimento têm um sabor intenso. Caso não goste, pode substituir por rodelas de courgette e nesse caso, salpique-as também com sal e azeite.

Bon appétit!

© veggie delicious food, Junho 2013

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Pão de beterraba








  O fabrico do pão surgiu na Mesopotâmia, paralelamente com o cultivo do trigo e tem mais de 12.000 anos de tradição. O seu  desenvolvimento centrou-se no Egipto e mais tarde difundiu-se pela Europa Mediterrânea e pelo resto do mundo.
  O pão adquiriu uma grande importância cultural e religiosa e, hoje em dia, encontra-se presente em quase todas as refeições. É um alimento universal, com muitas variedades e tradições, dependendo dos países e das regiões.
  Actualmente o pão enche as prateleiras das padarias e supermercados, numa produção massiva, que envolve, quase sempre, produtos industrializados e de condição precária.
 Decidi começar a fazer pão há cerca de um ano. Desde essa altura, nunca mais consumimos pão industrializado e, para mim, é uma grande satisfação confeccionar pães variados, com texturas e sabores diferentes.
  O meu pão favorito é o de beterraba, que tenho vindo a aperfeiçoar nos últimos meses.
  Para a confecção deste pão utilizo farinha espelta que é uma farinha com propriedades muito ricas para quem opta pelo regime vegetariano por ser uma proteína de qualidade e por conter os 8 aminoácidos essenciais.
  O espelta é uma variedade de trigo cultivado há cerca de 7.000 anos e a sua qualidade é superior à do trigo actual. Proporciona uma digestão mais leve do que o pão à base de farinha de trigo e por ser digerido mais lentamente, dá a sensação de saciedade por mais tempo.

Ingredientes:
(10/12 bolinhas)

Nota: Esta receita foi desenvolvida por mim, ao longo de vários meses e através de várias experiências. Caso queira publicá-la, por favor, refira a fonte. Obrigada.




























































800 gr de farinha espelta + 150/200 gr farinha adicional
350 gr de beterraba ralada
1 colher de sopa de sal integral
3 colheres de sopa de azeite
2 colheres de sopa de chia demolhadas durante 2h
1 saquetade de fermento bio em pó para pão(uso da Lecker's, Bio Hefe, 9 gr)
400 ml de água tépida

Comece por colocar as sementes de chia num recipiente e cubra com água. Deixe repousar durante 2h.
































Prepare os ingredientes:

Lave, descasque e rale as beterrabas.

Meça a farinha.

Aqueça ligeiramente a água até que fique agradável ao toque. Atenção a água não pode ficar nem demasiado quente, nem demasiado fria.

Coloque a farinha numa taça grande e misture o sal.

Faça uma cova no meio da farinha e acrescente o azeite e depois 200 ml de água.
Envolva com uma colher de pau (não utilize metal).

Acrescente as sementes de chia que estão agora em forma de gelatina, as beterrabas e a restante água. Envolva bem.

Coloque o preparado numa superfície de trabalho onde possa amassar o pão.

Atenção: a quantidade de água referida na receita pode variar tendo em conta a humidade e a temperatura do ar no dia em que confecciona o pão.
A quantidade de farinha adicional, varia também, em proporção com a quantidade de água.

Amasse a massa, pelo menos durante 10 minutos.
























































































Utilize o pulso da mão utilizada para trabalhar e pressione a massa com suavidade pois o objectivo é obter um pão leve. Com a outra mão, rode a massa fazendo pequenos círculos.
Polvilhe a superfície de trabalho e a massa frequentemente para que possa continuar a amassar.

Faça uma bola e coloque a massa numa taça de vidro polvilhada com um pouco de farinha.



 Cubra a taça com um pano e coloque no forno para fermentar. Acenda a luz do forno.

Utilize uma taça com tamanho suficiente para que a massa possa crescer para o dobro.
Deixe repousar entre 3 a 4 horas, ou mais.

Após o tempo referido, retire a massa do forno e vaze, pressionando o punho no centro da mesma.

Retire a massa da taça e com movimentos circulares, forme uma bola.

Deixe repousar 5 minutos, enquanto prepara as formas, forma ou tabuleiro, dependendo do formato de pão que queira obter. Eu utilizo apenas um tabuleiro forrado com papel vegetal.

Chegou a altura de tender a massa.

Divida a massa em 10/12 proporções, dependendo do tamanho das bolinhas.
Polvilhe as mãos com farinha e a superfície de trabalho também.
 Espalme cada bolinha para eliminar qualquer bolha e role até obter a forma pretendida.






























Coloque no tabuleiro e leve de novo ao forno, apenas com a luz acesa.
Deixe levedar entre 30 a 45 min até que a massa fique fofa.
Para saber se o processo de levedura finalizou, pressione o dedo no centro de uma das bolinhas e se a massa lentamente voltar à forma inicial, o processo estará completo.

Retire o tabuleiro do forno, tape as bolinhas com um pano.

Pré-aqueça o forno a 250º durante 10 minutos.

Reduza a temperatura do forno para 200º e coloque o tabuleiro no meio do forno ( sem pano, claro).

Deixe cozer 20 a 30 minutos até sentir o aroma do pão.

O tempo de cozedura pode variar tendo em conta o tamanho das bolinhas e o forno também.
Para saber se o as bolinhas ficaram cozidas, bata suavemente por baixo. Se ouvir um som oco, o pão está cozido.
Se o pão não produzir um som oco, coloque um pouco mais no forno.

Espero que goste tanto quanto nós...

Bon appétit!
© veggie delicious food, Junho 2013

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Favas à moda "cá de casa"







   Junho, é um mês especial em Lisboa. Por esta altura os bairros adquirem um atmosfera muito animada na celebração dos santos populares. A comida, a bebida e a dança são alguns dos argumentos para uma euforia contagiante.
  Dos pratos típicos desta época os vegetarianos podem apreciar o famoso caldo verde com a particularidade de acrescentarem rodelas de chouriço de soja para acompanhar e como prato principal, porque não, umas favas preparadas à “moda cá de casa”?
  As favas são uma planta da família das leguminosas e uma das culturas mais antigas, já apreciada pelos antigos Gregos, Egípcios e Romanos. Sendo a sua origem incerta, calcula-se que sejam da região do Cáspio e do Norte de África. Como é uma planta facilmente adaptável a climas mediterrâneos, podemos encontrá-la facilmente nesta altura do ano. A fava é rica em proteínas e hidratos de carbono.
  Adicionei um legume que reforce ainda mais o sabor das favas e considerei que a acelga seria perfeita! Trata-se de uma hortaliça da família da beterraba e dos espinafres e um dos legumes mais completos, com quantidades consideráveis de niacina, vitamina A, vitamina C, fibras e ácido fólico.
  Apresenta talos longos e firmes e toda a planta pode ser ingerida. Os talos podem ser verdes, vermelhos ou amarelos, permitindo enriqucer visualmente o prato.
   Para obter um sabor silvestre, adicionei os meus cogumelos preferidos. Acompanhei com arroz semi-integral, que embora não seja 100% integral, mantém muitas propriedades originais e tem a vantagem de ter um tempo de cozedura mais reduzido e apresentar uma textura mais suave.

Ingredientes:
(serve 3)

















































































2 mãos de arroz semi-integral
3 chávenas de favas frescas
9 folhas de acelga
9 cogumelos
3 cenouras pequenas
1 courgette
2 dentes de alho
2 colheres de sopa de azeite
2 colheres de sopa de shoyu
sal
sementes de sésamo.



Lave o arroz e deixe a repousar, dentro de um recipiente com água, durante 20 minutos.

Prepare os restantes ingredientes:

Lave as favas e coza no vapor até que fiquem macias.

Lave as cenouras, corte em tiras e coza no vapor até que fiquem al-dente.

Lave a courgette, retire a casca, corte em rodelas finas e faça corações para decorar o prato. Reserve.






























Lave as acelgas. Separe os talos e corte em quadrados pequenos. Migue grosseiramente as tiras.

Coloque um tacho a fogo com água e o arroz ( a quantidade de água deve ser duas vezes superior à do arroz). Deixe levantar fervura, tempere com sal, tape e cozinhe em fogo fraco entre 18 a 20 minutos.

Enquanto o arroz coze, limpe os cogumelos com um pano e corte em lascas.
Pique os alhos e aloure no azeite.
Adicione os cogumelos e cozinhe durante 2 minutos.
Acrescente os talos de acelga e cozinhe durante 1 minuto.
Acrescente as folhas de acelga e envolva bem. Cozinhe por 2 minutos e acrescente depois as favas e as cenouras.
Tempere com shoyu e sal e mexa durante 3 minutos.
Acrescente as sementes de sésamo a gosto e apague o fogo.
Sirva com o arroz decorado com os corações de curgete.





























Bon appétit!
© veggie delicious food, Junho 2013