segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Legumes fermentados




































  Ontem participei no meu primeiro workshop de comida crudívora. Uma tarde agradável, no restaurante Bem-me-quer, a aprender novas ferramentas com a Márcia Almeida.
  O regime crudívoro, também conhecido como comida viva, sustenta que as enzimas presentes nos alimentos crus são mais benéficas para a saúde.
  Baseada numa combinação equilibrada entre os alimentos crus e germinados, a alimentação crudívora é terapêutica, promove a saúde e a vitalidade.
  Aprecio especialmente o regime crudívoro, e apesar de preferir confeccionar  refeições cruas em dias  quentes, os sumos verdes e os leites vegetais fazem parte da minha rotina alimentar.
  A minha inspiração nesta manhã de domingo não se retraiu pelo frio, pelo contrário, parecia adivinhar com expectativa, uma tarde bastante positiva, daí a energia que me entusiasmou à preparação de uns legumes fermentados, ricos em propriedades bacterianas, benéficas para o nosso estômago e intestinos.
  O processo de elaboração dos fermentados é bastante simples. Existe uma grande variedade de opções para fermentar: - repolhos, rabanetes, cebolas, cenouras, pepinos, tomates, abóboras, beringelas, batata-doce, entre outros. Basta escolher os mais apreciados, lavá-los, cortá-los em tiras finas, adicionar um pouco de sal e amassá-los até que libertem todo o suco e fiquem macios. Depois devem ser colocados num frasco de vidro para se concluir o processo de lacto-fermentação que irá preservar o alimento e aumentar o valor dos seus nutrientes. As bactérias transformam a glicose em ácido láctico, impedindo que se estraguem,  estimulam os bacilos lácticos a fabricarem vitamina C, enzimas e oligoelementos.
  Uma mais-valia no nosso equilíbrio alimentar...
  A fermentação pode ser feita optando pelo método mais simples (apenas com sal marinho, que inibe o crescimento das bactérias não desejadas), até fermentações mais elaboradas que podem levar água, vinagre, sal e diversos temperos.
  Para os legumes que preparei utilizei o método simples acrescentando apenas sal marinho.

Ingredientes:

1 repolho pequeno
½ couve roxa
½ colher de sopa de sal

































  Lave as couves e corte em tiras finas.
  Coloque num recipiente e tempere com sal (se achar necessário, acrescente mais do que a quantidade indicada).
  Amasse as couves até que libertem todo o suco, reduzam e fiquem macias. Este processo demora mais ou menos 10 minutos e deve ser feito apertando os ingredientes com força.































  Coloque as couves num fraco de vidro e prense bem até que fiquem completamente submersas no líquido. Atenção, os fermentados devem ficar mesmo submersos.
  Tape o frasco com um pano e deixe num local escuro entre 5 a 10 dias. Nesta fase o frasco não deve
estar fechado, apenas coberto.
  Prove e se já estiver com um sabor do seu agrado, tape o frasco e coloque no frigorífico para utilizar
sempre que desejar.
  Podem ser servidos a acompanhar qualquer prato. Com arroz são muito bons.


Bon appétit!


© veggie delicious food,  2013

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Leite de origem vegetal































  A sugestão de hoje baseia-se em mais uma ideia para começar o dia de forma saudável.   Refiro-me concretamente ao leite que é produzido à base de vegetais e que pode ser bebido a qualquer altura do dia.
  O leite vegetal é a opção perfeita para quem prefere não ingerir produtos de origem animal ou é intolerante à lactose. A percentagem de gordura é mínima se compararmos com o leite de vaca, e é bastante rico em ferro e fibras.
Para obter o leite podemos utilizar cereais, leguminosas ou oleaginosas.
  O processo de produção artesanal para consumo próprio adquire um carácter de satisfação e prazer que culmina enquanto se bebe a “poção mágica”.
  Existem no mercado vários tipos de leite vegetal, contudo, o preço nem sempre é convidativo.
  A preparação é bastante simples e semelhante nos diferentes tipos de leite que podemos fazer: demolhar os ingredientes entre 8 a 12 horas, triturar e coar. No caso das leguminosas é também necessário cozinhar.
  O leite de amêndoa, a receita de hoje, é muito saboroso e fácil de fazer. Fica a sugestão para saborearem um verdadeiro néctar.
Eu gosto do leite de amêndoa com o sabor natural mas, podem adoçar adicionando 2 tâmaras (demolhadas durante 8 horas), canela, ou o que preferirem.





























Ingredientes:

1 chávena de chá de amêndoas
2 chávenas de chá de água mineral
1 pitada de sal


Demolhar as amêndoas em água mineral durante 8h.
Escorrer as amêndoas e lavar em água corrente.
Colocar no liquidificador e acrescentar as duas chávenas de água mineral e uma pitada de sal.





























Triturar tudo até que as amêndoas fiquem completamente desfeitas.
Coar num pano de linho ou utilizar uma meia de mousse, espremendo bem até retirar todo o leite.

Eu prefiro o sabor do leite de amêndoas sem a pele. Retiro depois de demolhadas. Dá muito mais trabalho mas resulta numa textura mais aveludada.
A quantidade de água pode variar de acordo com a consistência preferida.
 Caso pretendam utilizar o leite em receitas, como alternativa ao leite de vaca, utilizem menor quantidade de água.
A polpa das amêndoas pode ser utilizada para biscoitos, bolo, pães, para colocar na sopa. Enfim, basta utilizar a imaginação!


Bon appétit!
© veggie delicious food,  2013

Raiz de bardana































  Numa das anteriores publicações já vos tinha revelado o quanto aprecio a raiz de bardana.   Como o prometido é devido, aqui fica um pouco do que conheço sobre esta super raiz.
  É rica em cálcio, potássio, vitamina C, magnésio, purifica o sangue, faz bem à pele. Enfim, uma vasta lista.
  A primeira vez que comi bardana senti que as minhas papilas gustativas entraram em “nirvana”. Amei!!! Mas confesso que aqui em casa a família, apesar de apreciar, não partilha a mesma opinião do que eu...
  Se quiserem experimentar a salada de bardana que fiz, apressem-se pois no Mercado Bio do Príncipe Real já devem restar muito poucas...






























Ingredientes:
½ raiz de bardana
1 cenoura grande
1 colher de sopa de óleo de sésamo
1 colher de sopa de sementes de sésamo






























Lavar a bardana e retirar a pele.
Cortar em tiras finas/ juliana e cozer no vapor até que fique macia mas sem ficar mole.
Lavar a cenoura e cortar também em tiras finas. Cozer no vapor até ficar macia.
Colocar o óleo numa frigideira. Acrescentar a bardana e a cenoura. Envolver bem e adicionar as sementes. Deixar apurar durante 1 ou 2 minutos.

Bon appétit!
© veggie delicious food,  Fevereiro 2013

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Salada de tofu
































O “mito” das saladas: perdição para uns, castigo para outros...

Certamente que quase todos nós já presenciámos determinadas situações, principalmente com crianças ( e até com adultos), a fazerem caretas quando lhes colocam um prato de salada à frente.
Para evitar estes episódios há que contornar a rotina do paladar, já que, apreciar determinados sabores, passa geralmente por uma re-educação alimentar e especialmente pela vontade de nos “libertarmos” da nossa rotina típica das saladas de alface ou de tomate.
Tradicionalmente, as saladas são pratos leves e saudáveis, servem-se em dias quentes ou frios, seja inverno ou verão. Basta querermos apreciá-las, seja em pratos principais, seja para refeições ligeiras, ou até elaboradas com requinte para celebrar momentos especiais.
O segredo é optar por ingredientes frescos e conjugá-los com imaginação.
Se prepararem uma salada como prato principal de uma refeição, como é o caso da receita que vos apresento, devem acrescentar uma proteína ao gosto, - neste caso sugiro o tofu.
Os vegetais devem ser bem lavados e depois secos num pano limpo. No caso de utilizar a alface, deixe simplesmente escorrer num passador, depois de bem lavada.
Sempre que possível, comprem legumes nos mercados biológicos - Lisboa já tem uma oferta que começa a ser razoável. Geralmente os legumes são mais frescos e mais baratos.

A minha sugestão de hoje é uma salada de tofu com molho de mostarda. Um bom molho faz a diferença e abre o apetite ao olhar e ao paladar.
Procurei obter determinadas texturas quentes e alguns sabores picantes, por isso fiz uma selecção de mizuna, rúcula e rabanetes.
A mizuna é uma verdura oriunda do Japão, também conhecida como mostarda japonesa. Tem um sabor ligeiramente amargo, é fresca e bastante crocante. Utilizei folhas jovens que comprei no mercado Bio do Príncipe Real.
Gosto muito de rúcula e por isso, utilizo com frequência. Aprecio a textura e sabor característico com um ligeiro travo picante e amargo. É rica em proteínas, cálcio, ferro e omega 3, ( acreditem, as proteínas encontram-se em muitos alimentos para além dos de origem animal).
Se estes sabores não forem do vosso agrado, podem sempre utilizar outros vegetais e manter a base da receita.
O tofu também pode ser ao natural, apenas marinado num pouco de shoyu, alho ralado e algumas gotas de limão. Se optar por esta solução, utilize tofu macio.































Ingredientes:

150 gr tofu cortado em palitos grossos e deixado a repousar durante 1hora num caldo de legumes com 1 colher de sopa de shoyu, 1 dente de alho ralado, 1 colher de sobremesa de sumo de limão, sal q.b.
4 espargos pequenos
Mizuna
Rúcula
3 rabanetes
2 azeitonas pretas cortadas em lascas
sementes de sésamo a gosto

Para o molho:

4 ou 5 colheres de sopa de azeite
1 colher de sopa de vinagre balsâmico
1 colher de sobremesa de mostarda dijon
1 colher de sobremesa de shoyu
sal

Unte uma frigideira com um pouco de azeite ou de óleo de sésamo e toste o tofu em fogo médio, de um lado e do outro até ficar dourado. Reserve.
Lave bem os legumes e seque num pano limpo.
Lave e corte finamente os rabanetes.
Lave os espargos, remova as partes lenhosas que não são digeríveis. Reserve a ponta e corte o corpo do espargo em tiras finas.
Prepare o molho juntando todos os ingredientes e verifique se necessita de sal.

Coloque os legumes num prato e o tofu por cima. Tempere com o molho de mostarda e salpique com as sementes de sésamo.

Bon appétit!
© veggie delicious food,  Fevereiro 2013

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Bolinhas de inhame e crumble de maçã













































A minha grande surpresa desta semana aconteceu na sexta-feira, quando recebi uma mensagem do Sr. Fernando Pinto a comunicar-me que tinha bardanas para venda, e que estaria no sábado no mercado Bio do Príncipe Real. Como podem imaginar fiquei radiante. Há anos que não como bardana e aprecio especialmente esta raiz exótica e muito rica.


Este fim de semana desenrolou-se num ritmo intenso: primeiro uma visita ao mercado biológico, depois uma passagem pelo supermercado Miosótis e finalmente o momento mais delirante das compras, que acontece sempre que visito o meu supermercado favorito, o Popat Store no Martim Moniz, onde os cheiros intensos e característicos dos produtos expostos adquirem uma magia singular.

Entretanto, as bardanas já estão armazenadas à espera de uma receita digna do seu estatuto de super raíz. E os legumes frescos que adquiri no mesmo mercado, fizeram as nossas delícias nas saladas que comemos no fim-de-semana. Rúcula, alface japonesa, rabanetes e muito mais...


Da cozinha, com amor, sugiro-vos, para hoje em louvor ao dia dos namorados, uma receita de inhame, comprado no supermercado indiano Popat Store. Receita esta, que estará certamente à altura de um jantar requintado  de um restaurante especial, mas neste caso, com a vantagem de poder confecionar em sua casa e evitar as filas habituais nestes dias especiais, que se não for a companhia, deixam qualquer um desmotivado...

Para o dia de São Valentim elaborei uma ementa  deliciosa que publico antecipadamente para que tenham tempo de adquirir os ingredientes.

Fica a sugestão:  um prato principal à base de inhame tostado, que aprendi com a minha querida amiga Laís, há anos, e que aprecio muito em ocasiões especiais.
O inhame é um rizoma muito saboroso que pode ser cozido, utilizado em sopas, purés, sobremesas, entre outras possibilidades. É rico em proteínas, fósforo e potássio e é considerado um substituto saudável da batata.
Ao comprar inhame tenha em conta que a textura deve ser áspera e uniformemente coberta de pêlo. Deve ser firme, sem áreas moles.
Acompanhe as bolinhas de inhame com arroz integral ou semi-integral e uma deliciosa vinagreta de rabanetes. 

Para finalizar, uma sobremesa apetitosa – trata-se da minha versão gulosa de um crumble de maçã.
Aqui fica o desafio: esperar na fila ou jantar na tranquilidade do lar?

Bon appétit!

Ingredientes para as bolinhas de inhame:






























5 inhames de tamanho médio
1 cenoura grande
1 cebola de tamanho médio
4 azeitonas pretas
1 colher de sopa de shoyu
1 colher de sopa de azeite
Sal q.b.

Lave os inhames e coza no vapor até ficarem macios mas sem se desfazerem.
Retire a pele e amasse com um garfo até ficar em puré. Reserve.
Pique a cebola e salteie no azeite até ficar macia.
Lave, corte e pique a cenoura.
Acrescente a cenoura à cebola. Tape o tacho e deixe apurar em fogo fraco até que fique macia. Tempere com um pouco de sal.
Tempere o inhame com o shoyu. Acrescente a cenoura e as azeitonas picadas. Envolva bem e forme bolinhas.
Para formar as bolinhas, humedeça ligeiramente as mãos.
Aqueça uma frigideira e toste as bolinhas de um lado e do outro até ficarem douradas. Tenha o cuidado de virar as bolinhas apenas quando a parte de baixo estiver bem tostada para que não se desfaçam.

Vinagreta de rabanetes:

1 cebola pequena
½ pimento verde
½ pimento vermelho
6 rabanetes
1 dente de alho picado
2 colheres de sopa de azeite
1 colher de sopa de vinagre balsâmico
1 colher de sobremesa de shoyu

Descasque a cebola e corte em tiras finas.
Lave os pimentos e corte em tiras finas.
Lave os rabanetes e corte em rodelas finas.
Misture o azeite com o vinagre, o shoyu e o alho picado. Se achar necessário, coloque um pouco de sal.
Acrescente a cebola, os pimentos e os rabanetes. Envolva bem.





















Bon appétit!

© veggie delicious food,  Fevereiro 2013

Crumble de maçã com o meu toque pessoal:































Utilizei açúcar de coco que é um adoçante 100% natural e muito rico em magnésio, potássio, zinco e vitamina B1, 2,3 e 6.
O sabor é de chorar por mais...
E, se tem o meu toque pessoal, o chocolate não podia ficar esquecido.
Usei bolachas oreo para a base do crumble. Ok, não é uma bolacha que considere muito saudável mas de vez em quando não faz mal e é deliciosa. A ocasião justifica este pecado da boca...































Ingredientes:
1 kg de maçã de boa qualidade
200 gr de farinha de trigo
100 gr de açúcar de coco ( comprei em www.biosamara.pt)
125 gr de manteiga vegetal
1 colher de sobremesa de pó de cardamomo
1 colher de sopa de pó de canela
1 pitada de sal
1 pacote de bolachas oreo picadas.

Lavar as maçãs. Retirar a casca e cortar em lascas finas.
Dividir a quantidade de maçãs em duas partes iguais.
Salpicar uma das partes com gotas de limão e colocar a outra porção de maçã num tacho ao fogo.
Polvilhar com o pó de cardamomo e uma pitada de sal. Tapar e deixar em fogo fraco durante 3 minutos, mexendo de vez em quando.
Pré-aquecer o forno a 200º.
Misturar a farinha com a canela e acrescentar a manteiga à temperatura natural. Amassar com os dedos e acrescentar o açúcar de coco.
















Numa forma amovível colocar as bolachas oreo picadas e pressionar bem.
Colocar a maçã crua por cima das bolachas e por último a maçã que esteve a amolecer com o cardamomo.
Por último colocar a farinha e pressionar pequenas quantidades para que se afundem na maçã.
Alisar a superfície até que fique uniforme e levar ao forno durante 35 minutos.











































Bon appétit!
© veggie delicious food,  Fevereiro 2013